sábado, 7 de maio de 2011

02 de maio: feriado do terror

Essa postagem era para ter entrado em 02 de maio: o dia que anunciaram a morte de Osama Bin Laden e homenagearam a padroeira do Estado, a "virgem" Nossa Senhora da Penha. O que estes assuntos têm em comum? Em comum, a mesma arma: o terror.

Começaremos por uma situação irreal. Imaginem que o Presidente da República - a lula, o polvo ou apenas um poodle - fosse perseguido por nações estrangeiras. Essas nações iriam invadir o seu país, explodir suas casas, seus irmãos, sua família e seu poodle. O que essas nações estão fazendo? Provocando o terror naqueles que moram no país do polvo, oras. Você ficaria feliz com essas nações que invadiram e explodiram o seu país e o seu poodle?

Agora, voltemos para a situação real. O Osama é terrorista, certo? Ok, não se assustem, eu concordo com isso também. Mas, eu pergunto: quem não é? Eu posso afirmar com absoluta certeza que a sua mãe, leitor, é. Eu posso provocar e dizer que a sua religião, a sua Igreja é terrorista. Do mesmo jeito, afirmo que as tropas americanas são terroristas e, para voltar a ser do contra, entendo os motivos de quem foi às ruas protestar contra a morte de Osama lá no Paquistão.

Se você não concorda, apresente argumentos no campo "comentários" no final da postagem. Mas, não me xinguem, tá? Acho que já aprenderam que isso é coisa de "menino feio". Vou seguir com o texto, acalmem-se. E vou explicar o porquê de sua mãe, sua Igreja e as tropas americanas serem terroristas. Posso? 
Para entender o que as tropas americanas fazem, coloque-se no lugar das pessoas que têm um poodle e um Presidente polvo. Você ficaria aterrorizado com bombardeios no quintal de sua casa, não ficaria? Desde que nasceu, você morre de medo da sua mãe. Sempre foi assim: "menino, não faça isso ou você não fará aquilo", "se você fizer isso, eu farei isso com você", "comporte-se ou não deixarei você fazer tal coisa". Ou não foi? Igual à guerra, a educação tem como elemento principal o terror, o medo. Mas tudo isso é clichê, Danilo. Pois bem, eu sei.

Porém, na última segunda-feira (2 de maio), um entusiasmo de discutir o terror me ocorreu. Motivado, principalmente, pelas comemorações ao pé do Convento da Penha, onde um mega show religioso - que mais parecia um comício - foi organizado para homenagear a Nossa Senhora da Penha. Era deus (com "D" minúsculo mesmo) para lá, deus para cá e muitas pessoas atestando a covardia própria.

A religião, assim como a sua mãe, a guerra e as tropas americanas, usa o terror como arma. Ou alguém consegue me apresentar um motivo racional que não seja o medo para justificar a crença em deus? A equação para acreditar nessa política de controle das massas é simples: você não sabe ou tem dúvidas do que acontecerá depois que você morrer. Soma-se a isso uma religião que diz que, se você for mau, irá para o inferno e que lá é um lugar horrível. Já que você não sabe a verdade e tem medo do desconhecido (a pós-morte), acredita e, de novo por medo, não contesta o que é falado por deus.

Qual a relação disso tudo? A mesma arma. Se você acredita em deus, não critique os EUA por matarem Osama e não critique os paquistaneses por se rebelarem contra isso. Não critique alguma situação da qual você faz parte. Você também é criatura do medo. A Igreja usa a mesma arma contra você. A mesma arma que os Estados Unidos combateu e usou para matar Osama. A mesma arma que Osama usou em 2001. A mesma arma da qual você é vítima há 2011 anos.

"Religião: uma filha da Esperança e do Medo, que explica à Ignorância a natureza do Desconhecido" Ambrose Gwinett Bierce

"Toda religião é fundada no medo de muitos e na esperteza de uns poucos" Henri Stendhal
"Você pode ter a fé que quiser em espíritos, em vida após a morte, no paraíso e no inferno, mas se tratando desse mundo, não seja idiota. Porque você pode me dizer que deposita sua fé em Deus para passar pelo dia, mas quando chega a hora de atravessar a rua, eu sei que você olha para os dois lados" House

1 comentários:

Ícaro disse...

Bom Danilo, eu não tinha visto esse seu texto até ontem. Normalmente eu concordo com suas opiniões, mas nesse caso, discordarei. Talvez meu argumento não seja tão racional pra quem está fora, contudo, ele é um cinza no meio do seu preto-e-branco.

Eu não sigo a Deus por medo. Sigo por amor. Não como eu amo meus progenitores, como no exemplo dado por você, do terrorismo. Mas sim, porque eu consegui ver que há mais do que nós, meros humanos, podemos compreender. Não é porque, caso eu não o siga, sofrerei as consequências, mas sim, pra reconhecer que sou grato por tudo que Ele fez por mim. Pra quem não conhece, ou não acredita nisso, pode soar piegas, ilógico ou até mesmo entorpecente de fuga da "realidade". Mas eu sei que fazer isso foi a melhor escolha da minha vida.

Você me conhece de longa data, sabe como sou, bem tolerante. Por isso, não me senti ofendido pelo que escreveu. Se eu mostrasse isso pra algumas pessoas com quem congrego, provavelmente estariam lhe chamando de ignorante ou obtuso. Já eu, digo que ter a bravura para falar assim sem parecer um xiita anti-religião é algo para poucos. Mesmo assim, sê cuidadoso com a chamada liberdade de expressão, uma vez que nem todo mundo tem essa capacidade de discernimento, gerando complicações que poderiam ser evitadas.