domingo, 24 de janeiro de 2010

Ordo ae Chaos

Como criar ordem a partir do caos? Sim, o tema para o primeiro post será o trânsito brasileiro transformado em caos e a importância da alta taxa tributária aplicada a veículos de forma a criar a ordem. Chega a ser estranho defender a política brasileira de impostos, mas neste caso, ela é realmente necessária.

É fácil achar pessoas, seja em fóruns de internet ou nas concessionárias autorizadas, reclamando dos preços e da qualidade dos veículos vendidos no Brasil. É fato incontestável (por mais que isso soe como redundância) que o imposto sobre veículos automotores com mais de mil cilindradas é elevado no nosso país. A reportagem de Priscila Dal Pogetto para o portal G1 em Abril de 2008 afirma que os impostos respondem por 40% do valor de um carro de entrada. Cifrando, um “Gol Bola” – que custa 26 mil reais – custaria apenas 16 mil sem as taxas.

Sei que isso é óbvio e que todo o mundo sabe dos elevados impostos aplicados nos carros. Por este motivo, proponho que pensem: tendo em vista o trânsito caótico que os habitantes e trabalhadores das principais metrópoles brasileiras enfrentam todos os dias, será que uma redução dos impostos seria um efeito positivo?

Na mesma reportagem da Priscila para o G1, um intertítulo abre espaço para falar de uma euforia no mercado se os impostos baixassem. Isso foi consumado com a redução de IPI e a conseqüente quebra do recorde de automóveis comercializados no país em 2009. Ainda que a redução tenha sido mínima, muitos brasileiros foram às compras e trocaram seus carros por modelos mais caros ou adquiriram seu primeiro veículo. Se a redução nos impostos fosse mais brusca, teríamos espaço nas grandes cidades para a circulação de todos esses carros novos?

A frota brasileira de automóveis, de acordo com o que foi divulgado pela Associação de Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Paraná, Assovepar, está estimada em 27,8 milhões de veículos, tendo caído nos últimos dois anos de nove para 6,8 a relação de veículos por pessoa. Do ponto de vista lógico, funcional e prático, impedir que todos tenham um carro é um botão de partida para solucionar o caos que as vias urbanas se tornaram. Para fazer isso, eleva-se as taxas fazendo com que o preço dos veículos automotores dispare.

A saída ideal seria melhorar as vias, mas isto é complicado, gasta-se muito e dá pouco voto... se é que me entendem. Sendo assim, que mantenham os preços elevados e transformem o transporte público numa ferramenta eficiente. Não adianta poder comprar carro mais barato do que hoje e ficar preso em engarrafamentos todos os dias. No máximo, devemos cobrar a melhor utilização dos recursos obtidos com os impostos, e não a redução das taxas. O país ainda depende do que é arrecadado com elas para crescer.

1 comentários:

Leonardo Xavier disse...

O que eu discordo é quanto a essa questão de impostos elevados serem para evitar a expansão nos consumo de carros. Os imposto no Brasil são elevados. E o pior é que na maioria das vezes não sabemos quanto estamos pagando de imposto. Eu acho que a culpa do imposto ser caro é um Estado super inflado e ineficiente.

E a parte da ineficiência é pior de todos, por que pagamos caro para alimentar o bolsos, as bolsas, as malas, as cuecas e as meias de autoridades corruptas.